por Jonatas Rodrigues da Silva
Sem.Diocese de Jundiaí
Caros irmãos e irmãs leitores,
iniciamos com este artigo uma série de estudos sobre o dom precioso da nossa fé.
Para isso, meditaremos quinzenalmente sobre um artigo do Credo que professamos na
missa dominical. É proposta do Ano da Fé, proclamado solenemente pelo Santo
Padre, o Papa Bento XVI, “[...] intensificar a reflexão sobre a fé, para ajudar
todos os crentes em Cristo a tornarem mais conscientes e revigorarem a sua
adesão ao Evangelho, sobretudo num momento de profunda mudança como este que a
humanidade está a viver [...]” e que suscite “[...] em cada crente, o anseio
de confessar a fé plenamente e com renovada convicção, com confiança
e esperança” (Porta Fidei 8-9).
O Catecismo da
Igreja Católica tem como título de sua primeira seção justamente o título desse
artigo, que tomamos liberdade de pegar emprestado. Isso porque, quando
iniciamos a profissão de nossa fé, iniciamos dizendo “Eu creio – Nós Cremos”. Agora,
o que significa Crer? O catecismo vai afirmar que a fé é nossa resposta a Deus
que se nos revela e se doa. Em suma, o homem busca a Deus e este vem ao
encontro do homem. São Paulo vai dizer que “acredita-se
com o coração e, com a boca, faz-se a profissão de fé” (Rm 10, 10). O coração
indica que o primeiro ato, pelo qual se chega à fé, é dom de Deus e ação da
graça que age e transforma a pessoa até ao mais íntimo dela mesma. O coração é
o autêntico sacrário da pessoa humana; se ele não for aberto pela graça e não
assimilar e acolher os conteúdos nos quais se deve acreditar, não se consegue
enxergar em profundidade que aquilo que foi anunciado é palavra de Deus. Ao
mesmo tempo, professar com a boca implica testemunho e compromisso. Não é um
ato privado, ao contrário, possui uma dimensão pública de crer e anunciar a
fé.
Nessa
perspectiva, “‘Eu creio’: é a fé da Igreja, professada pessoalmente por cada
crente, principalmente por ocasião do Batismo. ‘Nós cremos’: é a fé da Igreja,
confessada [...], de modo mais geral, pela assembleia litúrgica dos crentes.
“Eu creio”: é também a Igreja, nossa Mãe, que responde a Deus pela sua fé e nos
ensina a dizer: ‘Eu creio’, ‘Nós cremos’” (CIC 167).
Continua...
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