Padeceu sob Pôncio Pilatos, foi Crucificado, Morto e Sepultado.

            “Padeceu”. É significativo que o Credo não faça nenhuma afirmação sobre os mais de trinta anos vividos de Jesus, os seus ensinamentos e seus milagres, bem como sobre a sua iniciativa de juntar os discípulos tendo em vista a futura Igreja. Isto mostra que toda a vida e ação de Jesus foram entendidas por ele próprio em relação com a “hora” que se aproxima, só na qual a ação decisiva, que tudo mudaria: o sofrimento pelo mundo pecador. Sobre sua vida e obras temos o testemunho do Evangelho e isso nos basta.
        Entretanto, a morte de Jesus é um dado histórico que conhecemos tanto pelo Bíblia, onde aparece o governador Pôncio Pilatos, governador da palestina, como também por meio dos escritos dos historiadores que afirmam que Jesus foi crucificado sob Pôncio Pilatos.
        Todos os evangelistas relatam claramente a morte de Jesus. Isso é importante quando se deseja afirmar sua verdadeira humanidade. Se ele não tivesse morrido, teríamos dificuldade de aceitar que de fato “foi homem”.         A hora e o poder das trevas” (Lc 22, 53), em que lhe foram infligidas pelos homens toda a espécie de sofrimentos espirituais e físicos, e em que o próprio Deus abandonou o Supliciado, é para nós uma noite insondável. Nenhuma Via-Sacra, nem sequer os horrores das torturas humanas e dos campos de concentração fornecem uma imagem disso. Quem pode imaginar o que significa carregar o peso do pecado do mundo e da perversão íntima de uma humanidade que nega a Deus qualquer serviço e qualquer respeito, e isto face a um Deus que se afasta de todo este horror? Pois bem, o pecador pode ter esperança, o pecado não; mas Cristo, por nossa causa, “foi feito pecado”. (2 Cor 5, 21).

        Jesus foi morto. Morto da morte que o colocava em comunhão com os pecadores, mas da mais tenebrosa. E sepultado, pois, verdadeiramente morto, termina, como nós, o seu destino terrestre.

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